terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Media amostral

Como  exemplo de pesquisas feitas com mulheres encontramos uma feita por José Santiago de Condes et al durante um mês no qual todas as mulheres de 18 a 30 anos de idade que procuraram a Clínica de Planejamento Familiar da Maternidade Climério de Oliveira, da Universidade Federal da Bahia, foram convidadas a participar de um estudo de detecção de DST como gonorréia e infecções por clamídia através de amostras de urina, e para para sífilis e HIV por exames de sangue e foram submetidas a um questionário sobre temas de risco.
Aproximadamente 75% das mulheres contactadas, concordaram em participar da pesquisa, resultando em 202 mulheres. A média de idades das que responderam a entrevista foi de 23,3. Entre elas, 44,6% eram solteiras,  21,3% eram casadas e 32,7% possuiam um relacionamento estável. Apenas 31,7% das entrevistadas haviam completado o segundo grau de educação e 26,2% eram empregadas.  Apenas 15 (7,4%) mulheres declararam ter tido mais de um parceiro sexual no período precedente de 1 ano, e menos de 1% tiveram mais de um parceiro sexual nos últimos 30 dias. Apenas 4 mulheres relatavam o uso de drogas ilegais, e apenas 3 de 201 (1,5%) declararam ter problemas com o uso de bebidas alcoólicas. A maioria das mulheres declararam usar métodos anticoncepcionais, sendo o progesterona injetável o mais freqüentemente empregado (99/202, 49%), seguido pelo uso do preservativo (29%), da pílula (21,8%) e do DIU (17,8%). Nenhuma mulher declarou usar diafragmas ou espermaticidas. Entretanto, apenas uma minoria das mulheres afirmaram usar preservativos todas as vezes que mantinham relações sexuais (9%). Cerca de um terço das usuárias de pílulas e DIUs também usavam preservativos e apenas 20% das usuárias de injetáveis também as usavam. 
As mulheres estudadas apresentaram altas taxas de DSTs. Encontrou-se infecção por clamídia em 11,4%, sífilis em 2%, e gonorréia em 0,5% das mesmas (Tabela 1). Dezesseis por cento do grupo com menos de 21 anos de idade, 8% do grupo entre 22 e 25 anos e 11% das mulheres entre 26 e 30 anos apresentavam testes positivos para infecção por clamídia. Dos 4 casos encontrados positivos para sífilis, 3 pertenciam ao grupo entre 22 e 25 anos (4%) e o quarto pertencia ao grupo entre 26 e 30 anos de idade (2% do grupo). Seis mulheres foram positivas para o HIV. Três delas pertenciam ao grupo entre 22 e 25 anos de idade (4% do grupo) e as três restantes ao grupo entre 26 e 30 anos (6% do grupo). A distribuição dos casos positivos para as diversas DST estudadas não apresentou diferenças significantes entre si, quanto ao estado marital, nível de educação ou situação empregatícia. A distribuição por nível de educação mostrou que 13% das mulheres que não concluíram nível secundário foram positivas para a infecção por clamídia, em contraposição a 8% das que tinham educação secundária completa ou superior incompleto. As proporções de casos positivos para o HIV foram de 2 e 4%, respectivamente, para os grupos em questão. Quanto ao número de parceiros, 16% das mulheres que tiveram um ou nenhum parceiro no mês anterior e 17% das que estavam na mesma situação no ano anterior estavam infectadas pela DST. A presença de HIV foi confirmada como positiva pelo uso do teste Western blot em 3% das mulheres. Uma mulher positiva para o HIV estava co-infectada com infecção por clamídia, e o único caso positivo para gonorréia também estava infectado com infecção por clamídia. Das 23 mulheres que estavam com infecção por clamídia, 14 (60,9%) não apresentavam sintomas. As mulheres que nunca haviam usado preservativos apresentaram risco muito mais elevado de DSTs do que aquelas que sempre ou na maioria das vezes os usavam. Embora não estatisticamente significante, houve uma tendência para as mulheres que nunca usaram anticoncepcionais de apresentarem risco mais alto para DST do que as mulheres que usavam algum tipo de anticoncepcional (riscos relativos de 2,2 contra 1,0; p=0,09). Entretanto, quando estudado isoladamente, nenhum método anticoncepcional isolado oferece proteção contra DST. Muito poucas mulheres relataram problemas com o uso de álcool ou de drogas ilegais. Mas entre aquelas que declararam tal uso, o risco de DST foi muito alto, para as que faziam o uso de maconha (Cannabis sativa) (risco relativo de 3,3 contra 1,0 para as que não usavam.
Segue os histogramas e tabelas abaixo.

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