terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Infecção pelo vírus T-linfotrópico humano (HTLV)

Os human T-lymphotrophic viruses ou vírus linfotrópicos de células T humanas do
tipo (HTLV) fazem parte do grupo dos retrovírus. Pertencem à família Retroviridae,
sub-família Oncovirinae, em que se incluem os primeiros vírus conhecidos pela sua
associação com doenças malignas, desordens neurológicas e imunodeficiências,
ocasionando viremia de longo tempo. O HTLV I foi descoberto em 1981 em um paciente
com linfoma cutâneo. Posteriormente, estudos moleculares identificaram um outro
retrovírus, com algumas características diferentes do HTLV-I, que veio a ser chamado
de HTLV-II. Como o HIV, têm tropismo pelos linfócitos T, causando destruição dessas
células, linfopenia e inversão da relação CD4/CD8. Causam transformações nos
linfócitos T, resultando no desenvolvimento, dentre outras, de leucemia ou linfoma,
depois de um período médio de incubação dede 20 a 30 anos, numa minoria dos
pacientes infectados.
O principal modo de transmissão é sexual, de homem para mulher, via linfócitos do
sêmen infectados em que a concentração é maior. Como outras DST, a presença de
úlceras genitais aumenta o risco de infecção. Outra forma de transmissão é sanguínea na
utilização de drogas injetáveis com compartilhamento de agulhas e seringas. Produtos
sangüíneos contaminados por HTLV I, como concentrado de hemácias, plaquetas e
leucócitos são importantes na transmissão e no perfil epidemiológico da infecção. A
transmissão ainda pode ocorrer de forma vertical por passagem transplacentária ou
pela amamentação. Foram detectados linfócitos infectados em abundância no leite
materno de mães soropositivas para HTLV.
A prevalência de anticorpos anti-HTLV I/II é moderada. Em Belém, entre 78.080
doadores de sangue do período de 1996-1998, observaram-se 0,15% de anticorpos
para HTLVI/II. Em Salvador a prevalência foi maior (0,5 a 2%), sendo elevada em
portadores de hemopatias, mielopatias e risco maior nos portadores de doenças
sexualmente transmissíveis (DST). Entretanto, a prevalência é alta na população
indígena da Amazônia (0,7% de positividade para HTLV I e 7,8% para HTLV II em
índios Kayapó, 3,6% de anticorpos entre índios Tiryió, 12,2% entre Mekranoiti e até
13,9% entre os Xikrin).

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